Comitiva de executivos da Petrobras visita UFSC e conhece projetos desenvolvidos pelo Labsolda

O reitor Irineu Manoel de Souza e a vice-reitora Joana Célia dos Passos receberam na UFSC um grupo de executivos da Petrobras. A comitiva esteve em Florianópolis no dia 11 de janeiro, para conhecer as novas propostas de parceria com a Universidade e participar de encontros com outros atores do ecossistema de ciência e tecnologia do Estado. A Petrobras é a maior parceira empresarial da UFSC na área da pesquisa: nos últimos 10 anos, a estatal investiu cerca de R$ 250 milhões e atualmente estão ativos 29 projetos de pesquisa que envolvem mais de R$ 80 milhões.

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Comitiva de executivos da Petrobras foi recepcionada no gabinete da Reitoria pelos dirigentes da UFSC (Foto: Luís Carlos Ferrari)

Na reunião de acolhida realizada no gabinete do reitor, o professor Jacques Mick entregou aos executivos da Petrobras um portfólio em que apresenta a infraestrutura de pesquisa da Universidade, os principais impactos de alguns projetos realizados e também um rol de 17 eixos de pesquisa multidisciplinares que poderão suscitar novos contratos com a estatal. Estes eixos de pesquisa foram sistematizados a partir de um edital da Propesq para apresentação de projetos de cooperação com a Petrobras que recebeu 120 propostas de vários centros, seguindo a orientação de promoção da diversidade em todas as áreas de atuação da Universidade.

A vice-reitora Joana Célia dos Passos disse que as parcerias são bem-vindas pois proporcionam a oportunidade de participação de estudantes em projetos de pesquisa, colaborando para promover a permanência estudantil na Universidade. O reitor Irineu destacou que a atual gestão procura promover a institucionalização da pesquisa, em que a Universidade dá respaldo aos pesquisadores e laboratórios nas parcerias.

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Pró-reitor de Pesquisa e Inovação, Jacques Mick, apresentou portfólio com oportunidades de parcerias (Foto: Luís Carlos Ferrari)

O diretor do CTC, Edson de Pieri, agradeceu a parceria com a Petrobras e afirmou que ela tem permitido ao Centro manter os laboratórios bem equipados. A professora Miriam Grossi ressaltou que a inclusão e a diversidade são preocupações fundamentais para a ciência do futuro, ressaltando que as áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM) ainda têm pouca diversidade. “As diversidades acrescentam e enriquecem as instituições”, disse Miriam Grossi.

Após apresentações realizadas na Sala dos Conselhos, os gestores da Petrobras e demais membros da UFSC foram convidados pelo Prof. Régis Henrique Gonçalves e Silva a conhecerem as instalações e projetos desenvolvidos pelo Labsolda. Um dos principais pontos apresentados foi a aplicabilidade dos resultados dos projetos. Aplicações experimentais de protótipos avançados já foram executadas em campo, no Centro de Recuperação de Dutos da Transpeto (CREDUTO-Guarulhos) e na plataforma P57 (UN-Espirito Santo).

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Grupo de executivos esteve no Labsolda, onde foram acompanhados pelo professor Régis Henrique Gonçalves e Silva, coordenador do laboratório (Foto: FAPEU)

No Labsolda é desenvolvido o projeto “Processos de reparos alternativos: soldagem em operação de abraçadeiras aparafusadas e bujão (capote)”, trabalho desenvolvido com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu) e que foi tema de reportagem da edição 13 da Revista da Fapeu lançada em 2022.

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Etapa de fixação mecânica do dispositivo de proteção em tubulação (Foto: LABSOLDA)

O objetivo do projeto é oferecer maior eficiência, confiabilidade e segurança aos reparos, reduzindo perdas de derivados de petróleo (como gasolina, óleo diesel etc.) na malha dutoviária da empresa petrolífera. “O trabalho é orientado ao reparo de dutos perfurados clandestinamente para furto de produto, quando os indivíduos perfuram o duto em operação”, explica o professor Régis Henrique Gonçalves e Silva, coordenador do projeto.

Outros projetos desenvolvidos no laboratório foram apresentados, como o “Soldagem em operação com GMAW, FCAW e aquecimento por indução”. O reparo por meio de soldagem de tubulações que já se encontram em operação é uma reconhecida dificuldade operacional presente na indústria de petróleo e gás. Neste contexto, o projeto tem como objetivo global a geração de conhecimento científico e tecnológico, assim como a implementação de novas tecnologias de soldagem semiautomática e automática para a soldagem em operação.

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Análise por termográfica do processo de aquecimento de tubos por indução (Foto: LABSOLDA)

Processo "Stud Welding" para fixação de componentes na área naval. Esse projeto visa o estudo criterioso e aprofundado, assim como o aprimoramento das técnicas de soldagem de pinos, bem como o desenvolvimento de metodologias para fixação desses componentes e análise de resultados. Pretende-se idealizar as técnicas agregadas no desenvolvimento de um equipamento flexível customizado para soldagem de pinos, criando-se sistemáticas, regras e critérios para fixação de componentes, com foco no aumento da confiabilidade e versatilidade do processo.

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Equipamentos empregados na bancada de estudo do processo Stud Welding (Foto: LABSOLDA)

Desenvolvimento de um Sistema Automatizado para Soldagem Circunferencial Interna em Tubos de Aço Cladeados com Liga 625. O projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação proposto tem como objetivo global a disponibilização de um sistema orbital automatizado para soldagem circunferencial interna em tubos de aço C Mn cladeados internamente com CRAs na produção de dutos (risersrígidos), via processo TIG alimentado (arame quente ou frio), dotado de sistemas de controle de posição e correção de trajetória e correção de parâmetros de soldagem (soldagem adaptativa) por sensoriamento via arco e via LASER.

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Sistema de soldagem interna de tubulações (Foto: LABSOLDA)

Além desses projetos, foi apresentado o desenvolvimento de um equipamento para soldagem TIG com alimentação dinâmica de arame em altas frequências de oscilação. A alimentação dinâmica de material é realizada pelo Módulo de Alimentação Dinâmica – MAD. Este modulo permite a oscilação do arame por meio do deslocamento do bloco de roletes com frequência e amplitude definidas nas faixas de 0 a 20 Hz e 0 a 20 mm respectivamente. Juntamente com o equipamento TIG-AD foi apresentada a infraestrutura para produção de videografias de alta velocidade disponível no laboratório, que inclui duas câmeras de alta velocidade e sistemas avançados de iluminação com LED e Laser pulsados.

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Infraestrutura de videografia montada em bancada de soldagem TIG-AD para análise sincronizada da movimentação dinâmica de arame (Foto: LABSOLDA)

Fontes:
https://noticias.ufsc.br/2023/01/reitoria-da-ufsc-recebe-comitiva-de-executivos-da-petrobras-para-reforcar-parcerias/
http://www.fapeu.com.br/noticias.php?id_noticia=461&id_categoria=5